quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

Por detrás do choro do bebê

É comum associar ao choro do bebê apenas as causas físicas (dor, fome, frio, calor ou desconforto por fralda molhada / suja), mas é preciso lembrar que esta é uma das formas de comunicação do bebê. E nem sempre o desconforto tem causa física. O que pode contribuir bastante para elevar a ansiedade dos pais, é quando não encontram a possível causa física e desesperam-se! Piora quando se julgam então, pais maus porque o bebê chora e chora... Sentindo-se incompetente ou impotente, a mãe ficará nervosa, ansiosa, triste e o resultado será mesmo um bebê nervoso...
Bebê chorou; muita calma nesta hora: solte o ar devagarzinho pela boca, respire fundo e procure ouvir com atenção que tipo de choro é. Alto, agudo, persistente? Um choro que ao pegar o bebê, ele se acalma por alguns segundos ou poucos minutos (vai depender da personalidade dele também) e faz sons baixos, de quem quer mamar? Prestando atenção e mantendo a tranqüilidade a mãe conhecerá melhor seu filho e terá mais condições de acalentá-lo. Lembre-se: apenas o bebê pode se desesperar; pai, mãe ou quem cuida precisa manter a calma, falar em tom baixo, tranqüilo e confortá-lo.
Um bebê, especialmente os menores de três meses, está se adaptando à vida fora da barriga de sua mãe. E sabemos que tudo que é novo, pode assustar e gerar ansiedade. Com o bebê não é diferente. O referencial dele é a pessoa que está sempre à disposição para atendê-lo. Nesta fase, em que ainda não caminha, nem mesmo engatinha, ele sente muita necessidade de aconchego, de estar próximo ao colo de seus pais ou de sua cuidadora. Mas, na nossa cultura, temos a crença de que ´dar colo` acostuma mal o bebê...
Quando o neném está no colo, aconchegado, na verdade sente-se seguro. A mãe que o acolhe em seu colo, tem também condições de aprender mais sobre seu bebê, de aprender como ele se comunica através dos sons que faz, das expressões de seu rosto, dos movimentos de seu corpo.

Referências:
Bibliografia: “Becoming Attached” – Mary Ainsworth e John Bowbly;
“Da Pediatria à Psicanálise” Donald Winnicott

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