quinta-feira, 4 de abril de 2013

Alimentação da criança

Alimentação da criança

Anexo IV: Desnutrição.

Crianças com desnutrição entre 10 e 24 meses é um quadro muito comum no atendimento básico de saúde. Muitas vezes essa situação não reflete a falta absoluta de comida no domicílio, mas erros nas práticas alimentares. O profissional pode certificar-se disso observando a condição nutricional materna. Se esta apresenta-se eutrófica ou até mesmo com sobrepeso, deduz-se que há disponibilidade de alimentos, mesmo que seja quantitativa, pois se há garantia do suprimento energético à criança, os prejuízos no crescimento serão muito menores.
  • É importante considerar que a criança que se mantém com peso baixo para a sua estatura por período prolongado, futuramente apresentará comprometimento na estatura. Essa situação é chamada de adaptação biológica da desnutrição. O diagnóstico da desnutrição ou baixo peso deve ser feito de forma que o profissional reconheça se a criança está\ apresentando ou não os depósitos de gordura necessários ao crescimento. A recuperação nutricional implica o consumo predominantemente de energia, mas também de proteína. Essa intervenção requer conhecimento prévio e detalhado do hábito alimentar, assim é possível descobrir a causa e corrigi-la. O aumento da densidade energética é mais eficaz, já que a criança pequena e de baixo peso apresenta o volume gástrico bastante comprometido.
  • A adição de óleo vegetal na porção de alimento habitualmente oferecido à criança permite o aumento da densidade energética da dieta.
  • Oferecer frutas e verduras permite o aumento da ingestão de vitaminas e sais minerais, necessários à recuperação do crescimento da criança desnutrida.
Conduta para prevenção da desnutrição:
  • Orientar quanto a utilização dos alimentos saudáveis que fazem parte do hábito da família. Não é necessária a utilização de alimentos especiais ou alternativos;
  • Oferecer leite puro no copo sem adição de farinhas;
  • Oferecer duas frutas ao dia, segundo a diversidade regional, safra e de preferência livre de agrotóxico;
  • Orientar a mãe a oferecer alimentação saudável da família;
  • Acrescentar 1 colher de sopa de óleo sobre a porção servida para a criança, no almoço e no jantar.
  • Oferecer volumes menores e aumentar a freqüência das refeições ao dia.
Referência Bibliografica:
Saúde da Criança-Nutrição Infantil: Aleitamento Materno e Alimentação Complementar/Ministério da Saúde, Secretaria de Atenção à Saúde, Departamento de Atenção Básica – Brasília, 2009.

Alimentação da criança


Anexo IV: Constipação Intestinal.

·         A constipação intestinal crônica funcional está presente em 25% das crianças menores de 2 anos. Já foi demonstrado que a criança amamentada exclusivamente por no mínimo seis meses é protegida contra esse problema.
  • A introdução precoce de alimentos (antes dos 6 meses) é o principal fator determinante de constipação em crianças pequenas.
  • Outro aspecto importante é a criança que apresenta uma alimentação predominantemente láctea, isto é, as refeições e lanches são parcialmente substituídos por leite ou por seus produtos.
  • Esse procedimento pode assegurar a quantidade de calorias e proteína de que a criança necessita, porém, não favorece a ingestão adequada de fibra e de volume de alimentos, dificultando o trânsito intestinal.
  • A pouca ingestão de água também pode ser um aspecto importante, já que é comum a oferta de refrigerantes, refrescos e sucos para substituí-la. Nesse caso o efeito não é tão eficaz pela diferença de osmolalidade desses líquidos.
  • A recomendação de fibra alimentar para criança menor de 2 anos ainda não foi estabelecida, porém há a sugestão de que a criança receba em torno de 5g por dia. A partir de 2 anos, a quantidade de fibra alimentar deve seguir a seguinte regra: idade + cinco. Essa quantidade é facilmente ultrapassada quando os dez passos para alimentação saudável são cumpridos.

Exemplos do conteúdo de fibra de alguns alimentos:
Feijão (2 colher sopa) – 2g
Vagem (2 c. sopa) – 2g
Aveia (1 c. sopa) – 2g
Batata (1 unidade Média) – 2,5g
Mamão (1 fatia) – 2g
Manga (1 un. Média) – 2g
Aipim/Mandioca/Macaxeira (2 c. sopa) – 2,5g
Maça (1 un. Pequena) – 2g

Como pode ser observado não é difícil garantir a quantidade de fibra alimentar recomendada para a criança pequena.

Conduta para prevenção da constipação intestinal:
  • Evitar o uso de farinhas, e de biscoitos doces, substituindo-os por cereais integrais e frutas com tendências laxantes.
  • Oferecer pelo menos duas frutas por dia, da época de safra e de preferência livre de agrotóxicos. O mamão e o abacate podem ser boas opções.
  • Observar o comportamento intestinal da criança ao escolher os alimentos que serão oferecidos.
  • Orientar ingestão de água tratada, filtrada e fervida, no mínimo 400ml (divididos em quatro vezes ao dia).
  • Organizar os horários, aumentando o intervalo antes das principais refeições para que a criança consuma maior volume de alimentos, o que vai favorecer o estímulo gastro-cólico do peristaltismo intestinal.
  • Introduzir verduras e legumes cozidos gradativamente, misturando aos outros alimentos mais aceitos, para que a criança possa tolerar o aumento da fibra na alimentação.
  • Evitar de rotina o uso de laxantes, mesmo que sejam considerados “naturais” pois, acabam prejudicando a flora intestinal natural e não regularizam os movimentos peristálticos.
Referência Bibliografica:
Saúde da Criança-Nutrição Infantil: Aleitamento Materno e Alimentação Complementar/Ministério da Saúde, Secretaria de Atenção à Saúde, Departamento de Atenção Básica – Brasília 2009.