segunda-feira, 15 de outubro de 2012

Segurança Alimentar e Nutricional

               Segurança Alimentar e Nutricional é definida como “direito de todos ao acesso regular e permanente a alimentos de qualidade, em quantidade suficiente, sem comprometer o acesso a outras necessidades essenciais, tendo como base práticas alimentares promotoras de saúde que respeitem a diversidade cultural e que seja: ambiental, econômica e socialmente sustentável” (Conselho Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional – CONSEA/2004).

             De acordo com a Lei Orgânica de Segurança Alimentar e Nutricional (Losan), cabe ao poder público assegurá-lo, avançando na Institucionalização de uma política de segurança alimentar e nutricional.


Amamentação e a Segurança Alimentar e Nutricional

As recomendações atuais, para se garantir uma alimentação ótima para lactentes e crianças pequenas, preconizadas pela Organização Mundial da Saúde, são:

  • Iniciar o aleitamento dentro da primeira hora de vida;
  • Amamentar exclusivamente nos primeiros seis meses de vida;
  • A partir dessa idade, introduzir alimentos locais e ricos em nutrientes como complementação ao leite materno e
  • Manter a amamentação até dois anos ou mais.
·         A importância do leite materno para o crescimento e desenvolvimento infantil é universalmente reconhecida. A amamentação associada à redução das doenças infecciosas, ao aumento da imunidade, ao bem estar psicossocial e ao aumento da sobrevivência dos lactentes e das crianças pequenas.

·         Os bebês não amamentados têm um risco de morrer por diarréia e infecção respiratória aguda 14 vezes maior que os amamentados.


Alimentação complementar segura para crianças pequenas.

Os lactentes maiores de seis meses e as crianças pequenas necessitam de alimentos complementares. Os princípios gerais da alimentação complementar segura são:

  • Manter a amamentação junto com outros alimentos.
  • Oferecer alimentos diversificados, para que a criança receba os vários nutrientes necessários para o seu crescimento e desenvolvimento.
  • Alimentar a criança freqüentemente. O estômago das crianças é pequeno e pode acomodar apenas uma pequena porção por vez e elas necessitam uma quantidade de nutrientes semelhante a dos adultos.
  • As crianças pequenas precisam que seu alimento esteja separado dos alimentos dos outros membros da família, pois, sendo mais frágeis, não são capazes de competir pela comida.
  • A alimentação das crianças deve ser pastosa ou semi-sólida, porque elas não mastigam, deglutem ou digerem facilmente os alimentos sólidos.
  • Os utensílios usados para a alimentação infantil devem ser facilmente laváveis; deve-se dar preferência a copos, pratos e colheres. Evitar mamadeiras e bicos.
  • O manuseio dos alimentos das crianças deve ser feito em condições higiênicas.
É especialmente necessário evitar o contato da comida infantil com sujeiras, alimentos estragados ou contaminados com substâncias nocivas.

Política de proteção ao aleitamento materno.

É necessário desenvolver planos e programas que englobem e enfatizem a proteção, promoção e apoio ao aleitamento materno e à alimentação complementar adequada e oportuna de lactentes e crianças pequenas. Também é essencial assegurar que o abastecimento, a distribuição e o uso de fórmulas infantis, leites, alimentos complementares e equipamentos para alimentar lactentes e crianças pequenas cumpram com as determinações da Norma Brasileira de Comercialização de Alimentos para Lactentes e Crianças de Primeira Infância, Bicos, Chupetas e Mamadeiras (NBCAL) e Lei 11.265/2006.

Referência Bibliografica:
Alimentação de lactentes e crianças pequenas em situação de emergência: manual de orientações para a comunidade, profissionais de saúde e gestores de programas de assistência humanitária / Ana Júlia Colameo; organizado por Rosana Maria Polli Fachini De Divittis – 1ª Ed. – São Paulo: IBFAN Brasil e Senac São Paulo, 2009.

Alimentação da criança - Anexo IV e V: Excesso de ganho de peso

           O ganho de peso excessivo (percentil de peso para estatura > 97) pode ocorrer em crianças amamentadas exclusivamente em livre demanda. A composição corporal desse bebê, apesar da aparência de “obeso” é diferente daquela relacionada ao aleitamento artificial. Essa composição não é de risco e já foi demonstrado que, por volta de 2 anos, o bebê entra na curva normal de crescimento. De qualquer forma, é sempre bom investigar se esse bebê está recebendo somente leite materno, pois o excesso de ganho de peso com leite artificial ou farinhas deve ser encarado de forma diferente, já que consiste em risco de obesidade, mesmo em idade tão precoce.


Conduta:
·         Se a criança estiver recebendo só leite materno, não intervir de forma alguma; manter o aleitamento materno exclusivo até a criança completar 6 meses de idade.
·         Se a criança estiver recebendo outro leite que não o materno, orientar para a suspensão dessa prática. Não sendo possível, corrigir a diluição. Nesse caso, a oferta de água é obrigatória, pois a criança ingere mais o leite com objetivo de obter mais água para saciar a sede.


Práticas específicas para controlar o excesso de peso

1) Manter aleitamento materno exclusivo até o 6º mês de vida da criança. Quanto mais tempo a criança mama no peito menor a chance de se tornar obesa.
2) Não oferecer açúcar, doces em geral, salgadinhos, refrigerante, refrescos artificiais, achocolatados, gelatinas e outras guloseimas antes dos 2 anos de vida. Essa prática estimula as crianças a preferirem esses alimentos em substituição à alimentação básica.
3) A criança que come arroz, feijão, verdura e carne duas vezes ao dia não tem necessidade de ingerir doces, guloseimas e bebidas adocicadas.
4) Todos os dias a criança, ao completar 6 meses de idade, deve comer 2 frutas e uma porção (1 pires de chá) de verduras e legumes.
5) O consumo excessivo de leite de vaca está associado à obesidade entre crianças menores de 2 anos. O consumo deve ser limitado a 500ml por dia dos 6 meses aos 2 anos de vida. As crianças em aleitamento artificial não devem receber mamadeiras acrescidas de farinha, açúcar e achocolatado.
6) Alimentos ricos em gordura como frituras, bolachas recheadas, sorvetes, embutidos (salsicha, mortadela, lingüiça, presunto, toicinhos) não devem ser oferecidos antes dos 2 anos.
7) Não oferecer comida para a criança enquanto ela assiste TV. Nenhuma criança deve ver TV mais que duas horas por dia.


Recomendações nutricionais diárias para lactentes e crianças menores de 2 anos.
Idade
Energia
Kcal/kg
Proteína
g
Ferro*
mg
Cálcio
mg
Vitamina A
mcgRE
Vitamina C
mg
6 - 8 meses
83
9.1
9.3
400
400
30
9 -11 meses
89
9.6
9.3
400
400
30
12 - 23 meses
86
10.9
5.8
500
400
30
Fonte: OMS/UNICEF 1998; OMS 2002.    *Considerando biodisponibilidade de 10%

Referência Bibliografica:
Saúde da Criança-Nutrição Infantil: Aleitamento Materno e Alimentação Complementar/Ministério da Saúde, Secretaria de Atenção à Saúde, Departamento de Atenção Básica – Brasília 2009.

Compreendendo o Passado - Planejando o Futuro

“Amamentar hoje é pensar no futuro”


Comemorando os 10 anos da Estratégia Global para a Alimentação de Lactentes e Crianças de Primeira Infância da OMS/UNICEF


A Semana Mundial do Aleitamento Materno – SMAM – comemora o seu vigésimo aniversário em 2012. Há vinte anos, a Aliança Mundial para Ação em Aleitamento Materno – WABA – iniciou a campanha da SMAM para reunir e facilitar ações que apóiem, promovam e protejam a amamentação. Desde então, a cada ano a SMAM vem destacando aspectos diversos da alimentação infantil.

Este ano, a SMAM 2012 concentra-se nos resultados alcançados com a “Estratégia Global para a Alimentação de Lactentes e Crianças de Primeira Infância”, que foi adotada pela OMS e UNICEF ha dez anos atrás. Implementar  a “Estratégia Global” é essencial para aumentar os índices de aleitamento materno; especialmente o aleitamento materno exclusivo durante os seis primeiros meses de vida da criança, e para alcançar o Objetivo do Desenvolvimento do Milênio 4 (ODM 4) que busca reduzir em dois terços a mortalidade infantil.

Objetivos da SMAM 2012:

1.      Fazer um balanço com os resultados e lições aprendidas sobre a alimentação infantil nos últimos 20 anos.
2.      Avaliar as ações contidas na Estratégia Global para a Alimentação de Lactentes e Crianças de Primeira Infância em todo o mundo.
3.      Comemorar os sucessos e resultados alcançados a nível nacional, regional e mundial; compartilhar o trabalho/ sucesso nacional com o mundo.
4.      Demandar ações para preencher os défices nas políticas e programas de lactação e alimentação de lactentes e crianças pequenas. 
5.      Atrair a atenção do público sobre as políticas e programas de lactação e alimentação de lactentes e crianças pequenas.
Material traduzido e adaptado por Regina Da Silva/ IBFAN Brasil – 22/07/2012.

Alimentação da criança - Anexo II – 5ª parte: Ganho de peso insuficiente

Bebês em aleitamento exclusivo, que estejam apresentando ganho de peso insuficiente (menos de 20g/dia), chorando muito e “parecendo” estar com fome é importante que o profissional de saúde levante várias hipóteses e investigue as possíveis situações, sendo as mais freqüentes:
·         A diminuição da descida do leite por ansiedade e baixa autoconfiança das mães.
·         A criança não está colocada corretamente no peito ou apresenta a pega inadequada e, portanto não está retirando leite suficientemente e não está esvaziando toda a mama.
·         Essas duas causas, se não forem corrigidas terminam por levar à diminuição da produção do leite.
·         A presença de agravos (febre, otite, refluxo e outros), diminuindo o apetite da criança e aumentando seus requerimentos por energia e nutrientes.
·         A oferta de chá e água (diminuem o poder de sucção do bebê).
·         A obstrução das vias aéreas superiores do bebê, dificultando a sucção (comum em crianças e em recém-nascidos cujas mães fizeram uso de reserpina para baixar a pressão durante o pré-natal).

Conduta:
·         A mãe ansiosa deve ser tranqüilizada com a informação de que a maioria das mulheres produz leite suficiente para o bebê e que têm capacidade para amamentar. Elas devem estar tranqüilas e sem pressa, na hora de oferecer o peito e sentadas ou recostadas comodamente. Devem ser orientadas a pedir auxílio ao companheiro ou familiares na ajuda das tarefas da casa ou com os outros filhos para que não se ponham tensas ou cansadas.
·         A observação da criança sugando serve para detectar a posição da criança colocada no peito e a pega da mama, permitindo orientar a mãe no caso de não estarem corretas.
·         A confirmação da menor produção de leite faz-se verificando as condições das mamas (que ficam mais flácidas) e diminuição da freqüência de esvaziamento urinário pelo bebê. Nesse caso:
a)      Orientar a mãe a colocar o bebê para sugar com mais freqüência, estimulando-o com leves toques no rosto, caso ele segure a mama sem sugar.
b)      Retirar totalmente a oferta de chá e água para o bebê e, principalmente, leites complementares.
c)      Orientar quanto ao esvaziamento total de cada mama. Para isso é necessário perguntar à mãe como está fazendo, pois, algumas vezes, ela responde afirmativamente à questão do esvaziamento e na verdade a forma como ela está conduzindo não permite que a criança sugue o leite do final da mama.
d)      Orientar para que a mãe fique atenta em relação a ingestão de líquidos (água tratada, filtrada ou fervida) de acordo com a sua necessidade ou seja “sede”. Sucos e chás são complementares.
·         Em casos de obstrução nasal, a criança não consegue sugar direito. Portanto, a orientação consiste na utilização de algumas gotinhas de soro nasal antes das mamadas.
·         Agendar retorno no máximo em uma semana para acompanhar o ganho de peso da criança.

Referência Bibliografica:
Saúde da Criança-Nutrição Infantil: Aleitamento Materno e Alimentação Complementar/Ministério da Saúde, Secretaria de Atenção à Saúde, Departamento de Atenção Básica – Brasília 2009.

Alimentação da criança - Anexo II – 4ª parte: Cólicas do bebê

Queixa comum nos primeiros três meses de vida, pois o organismo da criança esta sofrendo adaptações devido ao processo de maturação do intestino e de acordo com o horário e freqüência que o bebê apresenta a cólica, ela pode ser diferenciada em orgânica e emocional. Se a queixa refere-se a vários momentos do dia, geralmente vinte a trinta minutos após as mamadas, pode ser um problema relacionado a condição orgânica, sendo as mais comuns pega inadequada ou intervalos muito curtos de mamadas por insuficiência de esvaziamento adequado da mama. Nesse caso ocorre sobrecarga de lactose, aumentando a formação de gases e levando ao desconforto abdominal do lactente. Por outro lado, a condição emocional da mãe ou do ambiente (estresse) são fatores desencadeantes das cólicas nos bebês, que tendem a ocorrer em apenas um determinado período do dia, geralmente no final da tarde ou à noite.
É muito raro que a alimentação da mãe possa ser responsável pelas cólicas do bebê, as quais não podem ser confundidas com quadro alérgico à proteína do leite de vaca consumido pela mãe. Nesse caso as características clínicas são identificadas pelo pediatra.

Conduta:
·         Em caso de técnica de amamentação inadequada, corrigir a pega: barriga do bebê voltada para o corpo da mãe; lábios para fora como “peixinho”; a mãe deve ouvir ou perceber a criança deglutindo, e não sugando; a boca do bebê deve pegar o máximo possível da aréola e não apenas o mamilo; e o queixo do bebê deve encostar na mama da mãe.
O esvaziamento por completo da mama é fundamental para garantir que o bebê mantenha intervalos adequados entre as mamadas.
·         É muito comum a oferta de chás e mel quando a criança apresenta cólicas. Dessa forma, o profissional deve investigar se está ocorrendo essa prática. O oferecimento do chá cria um ciclo vicioso, pois provoca aerofagia agravando as cólicas. O uso de chás não é indicado, pois esses ocupam volume no estômago e o bebê suga menos o peito da mãe podendo levar ao desmame e prejudicar o crescimento. O mel pode ser passível de contaminação por esporos de Clostridium botulinum sendo desaconselhado para bebês com menos de 1 ano de idade.
·         Caso, a nutriz consuma EXCESSIVAS quantidades de alimentos como leite, queijo, iogurte, chocolate, café, ovo, chá preto ou mate e refrigerantes, pedir para diminuir a quantidade desses alimentos pelo período em que estiver amamentando.
·         A divulgação generalizada de que alimentos consumidos pela mãe podem “passar” para o leite ou fazer mal para o bebê pode criar insegurança e angústia, fazendo com que as mães tenham mais uma preocupação: com o que vai comer ou deixar de comer.
·         Acariciar o bebê, conversar com ele, colocar música suave pode aliviar a tensão, deixando-o mais calmo.
·         Massagear o abdome do bebê com uma das mãos pode ajudar a eliminar os gases. Orientar quanto aos exercícios das pernas, de forma que não haja riscos de comprometer as articulações.
·         Técnicas de Shantala e o banho de ofurô podem contribuir no alívio.

 Referência Bibliografica:
Saúde da Criança-Nutrição Infantil: Aleitamento Materno e Alimentação Complementar/Ministério da Saúde, Secretaria de Atenção à Saúde, Departamento de Atenção Básica – Brasília 2009.

Curso “Segurança Alimentar na Manipulação do Leite Humano Ordenhado”

BANCO DE LEITE HUMANO
SECRETARIA MUNICIPAL DE SAÚDE
CONVITE

Curso “Segurança Alimentar na Manipulação do Leite Humano Ordenhado”.
Público alvo: Profissionais da área da saúde que atuam em lactários e na administração do leite humano em UTIs, UCIs, Alojamento Conjunto e Pediatria.
Objetivo: Capacitação dos profissionais, sobre os cuidados e importância, na maneira correta da manipulação de leite humano, desde a coleta até o receptor.
Dia: 04/10/2012              Horário: 8:30 às 12 horas
Local: Senac Bauru          End.: Av. Nações Unidas, 10-22
Inscrições: até 03/10/2012, no Banco de Leite Humano pelo telefone 3226-3227
Ficaremos honrados com a sua presença
Equipe do Banco de Leite Humano