segunda-feira, 15 de dezembro de 2014

Amamentação e Icterícia

Icterícia é o nome que damos à cor amarelada que acometem mucosas e pele de um indivíduo. No recém-nascido é bem frequente, podendo ter como causa uma série de fatores, que vão desde alterações benignas, que não causarão nenhum problema ao bebê, até casos complexos em que será necessária intervenção médica imediata para que o bebê não desenvolva complicações graves e irreversíveis.

Há dois tipos de icterícia que pode acometer os recém-nascidos amamentados, a icterícia associada à falta de leite materno e a icterícia associada ao leite materno.

Neste número será abordada a icterícia associada ao leite materno e no próximo número a icterícia associada à falta de leite materno.

Icterícia associada ao leite materno.

A icterícia associada ao leite materno é um tipo de icterícia prolongada que acomete bebês saudáveis e bem nutridos, em aleitamento materno. A cor amarelada do bebê persiste além do esperado para uma icterícia fisiológica. Desenvolve-se após a primeira semana de vida e pode persistir até a décima semana de vida, ou mais. Acomete 0,5 a 2,4% de todos os recém-nascidos, e pode haver tendência familiar.

A causa não é bem conhecida, mas acredita-se que alguns fatores presentes no leite materno possam bloquear certas proteínas hepáticas que degradam a bilirrubina.

É importante saber que:
• Não há nada de errado com o leite da mãe.
• Não será necessário suspender o aleitamento materno.
• Desde que o bebê esteja se alimentando bem e os níveis de bilirrubina estejam sendo monitorados, raramente a icterícia associada ao leite materno levará a complicações sérias.

Como se diagnostica a icterícia associada ao leite materno?
Como existem muitas causas de icterícia, sendo algumas delas preocupantes, é imprescindível consultar o pediatra. Somente o médico, com auxílio de alguns exames complementares, poderá determinar a causa exata, e a partir daí propor o tratamento adequado para cada cas Como se trata a icterícia associada ao leite materno?
O tratamento dependerá de algumas variáveis, tais como:
• níveis de bilirrubina do bebê;
• velocidade em que os níveis de bilirrubina estão aumentando;
• idade gestacional do bebê;
• idade atual do bebê.

Em alguns casos, com níveis de bilirrubina não tão aumentados, o acompanhamento clínico pode ser suficiente. Quando os níveis de bilirrubina estão muito altos, pode ser necessário colocar o bebê em fototerapia.

Pode ser necessário interromper o aleitamento materno?
Se o nível de bilirrubina está acima do limite usual e outras causas já foram descartadas, o pediatra pode pedir à mãe que interrompa o aleitamento materno por 24 a 48 horas, o que fará os níveis de bilirrubina cair, no caso da icterícia associada ao leite materno. Durante o período de interrupção, a mãe pode extrair e desprezar o leite materno, oferecendo fórmula infantil apropriada ao bebê, preferencialmente na colher ou no copinho, para não prejudicar a continuidade do aleitamento materno. Na maioria dos casos, ao reiniciarmos o aleitamento materno, os níveis de bilirrubina não retornarão aos valores anteriores.

Como prevenir a icterícia associada ao leite materno?
Não há como evitar que se desenvolva a icterícia associada ao leite materno. O importante é, assim que se notar a cor amarelada da pele ou olhos do bebê ou ainda o escurecimento na coloração da urina, levá-lo para avaliação pediátrica.

Fonte: www.pediatriabrasil.com.br/.../ictericia-associada-ao-leite-materno.