segunda-feira, 19 de agosto de 2013

Alimentos Orgânicos e Agroecológicos – 2ª parte


O Que é o Produto Orgânico?

Produto orgânico é todo produto, animal ou vegetal, obtido sem a utilização de produtos químicos ou de hormônios sintéticos que favoreçam o seu crescimento de forma não natural. O solo é à base do trabalho orgânico. No caso do vegetal, o solo deixa de ser um mero suporte para a planta, tornando-se sua fonte de nutrição, livre de produtos agrotóxicos, pesticidas, adubos químicos ou sementes transgênicas. No caso dos animais, sua criação é feita sem o uso de hormônios de crescimento, anabolizantes ou outras drogas como os antibióticos.
A grande vantagem disso, além da produção de alimentos mais saudáveis e naturais, é que, com a preservação do solo, que fica mais fértil e livre de toxicidades, a produção orgânica permite um manejo sustentável do meio ambiente de forma equilibrada, facilitando a preservação e a harmonia de todos os elementos da natureza entre si e garantindo a saúde do homem.
Principais produtos orgânicos produzidos no Brasil: cana de açúcar e rapadura orgânicas; grãos como soja, cacau, arroz, café; gengibre, guaraná; frutas como manga, morango, uva, pêssego, citros, banana; tomate e legumes. Também néctares e sucos de frutas, geléias e cosméticos.
 
Proposta Agroecológica
A agroecologia consiste em uma proposta alternativa de agricultura familiar socialmente justa, economicamente viável e ecologicamente sustentável. O termo pode ser entendido de diversas formas: como ciência, como movimento e como prática. Nesse sentido, a agroecologia não existe isoladamente, mas é uma ciência integradora que agrega conhecimentos de outras ciências, além de agregar também saberes populares e tradicionais provenientes das experiências de agricultores familiares, de comunidades indígenas e camponesas.
Em sentido mais estrito, a agroecologia pode ser vista como uma abordagem da agricultura que se baseia nas dinâmicas da natureza. Dentro delas se destaca a sucessão natural, a qual permite que se restaure a fertilidade do solo sem o uso de fertilizantes minerais e que se cultive sem uso de agrotóxicos.
Segundo a pesquisadora Ivani Guterres a abordagem agroecológica propõe mudanças profundas nos sistemas e nas formas de produção. Na base dessa mudança está a filosofia de se produzir de acordo com as leis e as dinâmicas que regem os ecossistemas, uma produção com e não contra a natureza. Propõe, portanto, novas formas de apropriação dos recursos naturais que devem se materializar em estratégias e tecnologias condizentes com a Filosofia-Base.
A pesquisadora brasileira em agroecologia, Ana Maria Primavesi, reforça o laço que deve existir entre o fazer agroecológico e o saber tradicional e popular, ao afirmar que a Ecologia se refere ao sistema natural de cada local, envolvendo o solo, o clima, os seres vivos, bem como as inter-relações entre esses três componentes. Trabalhar ecologicamente significa manejar os recursos naturais respeitando a teia da vida. Sempre que os manejos agrícolas são realizados conforme as características locais do ambiente, alterando-as o mínimo possível, o potencial natural dos solos é aproveitado. Por essa razão, a Agroecologia depende muito da sabedoria de cada agricultor desenvolvida a partir de suas experiências e observações locais.
 
 

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