segunda-feira, 19 de agosto de 2013

Alimentação da criança - DESMAME


Alimentação da criança

Anexo IV: Desmame.

O homem é o único mamífero em que o desmame (definido como cessação do aleitamento materno), não é determinado somente por fatores genéticos e pelo instinto. Hoje, ao contrário do que ocorreu ao longo da evolução da espécie humana, a mulher opta (ou não) pela amamentação e decide por quanto tempo ela vai (ou pode) amamentar.
O desmame não é um evento, e sim um processo que faz parte da evolução da mulher como mãe e do desenvolvimento da criança, e deve ocorrer naturalmente, na medida em que a criança vai adquirindo competências para tal.
No desmame natural a criança se autodesmama, o que pode ocorrer em diferentes idades, em média entre dois e quatro anos e raramente antes de um ano. Costuma ser gradual, mas às vezes pode ser súbito, como, por exemplo, em uma nova gravidez da mãe (a criança pode estranhar o gosto do leite, que se altera, e o volume, que diminui).
A mãe participa ativamente no processo, sugerindo passos quando a criança estiver pronta para aceitá-los e impondo limites adequados à idade. Os sinais indicativos de que a criança está madura para o desmame são:

ü  Idade maior de um ano;

ü  Menos interesse nas mamadas;

ü  Aceita variedade de outros alimentos;

ü  É segura na sua relação com a mãe;

ü  Aceita outras formas de consolo;

ü  Aceita não ser amamentadas em certas ocasiões e locais;

ü  Às vezes dorme sem mamar no peito;

ü  Mostra pouca ansiedade quando encorajada a não amamentar;

ü  Às vezes prefere brincar ou fazer outra atividade com a mãe em vez de mamar.

O desmame natural proporciona uma transição mais tranqüila, menos estressante para a mãe e para a criança (fisiológica, imunológica e psicológica), até ela estar madura para tal e, teoricamente, fortalece a relação mãe-filho.
O desmame abrupto deve ser desencorajado, pois se a criança não está pronta, ela pode se sentir rejeitado pela mãe, gerando insegurança e, muitas vezes rebeldia. Na mãe, o desmame abrupto pode precipitar ingurgitamento mamário, estase do leite e mastite, além de tristeza e depressão.
Quando o profissional de saúde se depara com a situação de a mulher querer ou tiver que desmamar antes de a criança estar pronta, é importante, em primeiro lugar, que ele respeite o desejo da mãe e apóie esse processo. Entre os fatores que facilitam o processo de desmame, encontram-se os seguintes:

·         Mãe estar segura de que quer (ou deve) desmamar;

·         Entendimento da mãe de que o processo pode ser lento e demandar energia, tanto maior quanto menos pronta estiver a criança;

·         Flexibilidade, pois o curso do processo é imprevisível;

·         Paciência (dar tempo à criança) e compreensão;

·         Suporte e atenção adicionais à criança, devendo a mãe evitar se afastar nesse período;

·         Ausência de outras mudanças, ocorrendo por exemplo, controle dos esfincters, separações, mudanças de residências, entre outras;

·         Sempre que possível, fazer o desmame gradual, retirando uma mamada do dia a cada uma a duas semanas.

Concluindo, cabe a cada dupla mãe/bebê e sua família a decisão de manter a amamentação, até que a criança abandone espontaneamente, ou interrompê-la em um determinado momento. Muitos são os fatores envolvidos nessa decisão: circunstanciais, sociais, econômicos e culturais. Cabe ao profissional de saúde ouvir a mãe e ajudá-la a tomar uma decisão, pesando os prós e os contras.
 
Referência Bibliografica:
Saúde da Criança-Nutrição Infantil: Aleitamento Materno e Alimentação Complementar/Ministério da Saúde, Secretaria de Atenção à Saúde, Departamento de Atenção Básica – Brasília, 2009.

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