segunda-feira, 15 de outubro de 2012

Alimentação da criança - Anexo II – 4ª parte: Cólicas do bebê

Queixa comum nos primeiros três meses de vida, pois o organismo da criança esta sofrendo adaptações devido ao processo de maturação do intestino e de acordo com o horário e freqüência que o bebê apresenta a cólica, ela pode ser diferenciada em orgânica e emocional. Se a queixa refere-se a vários momentos do dia, geralmente vinte a trinta minutos após as mamadas, pode ser um problema relacionado a condição orgânica, sendo as mais comuns pega inadequada ou intervalos muito curtos de mamadas por insuficiência de esvaziamento adequado da mama. Nesse caso ocorre sobrecarga de lactose, aumentando a formação de gases e levando ao desconforto abdominal do lactente. Por outro lado, a condição emocional da mãe ou do ambiente (estresse) são fatores desencadeantes das cólicas nos bebês, que tendem a ocorrer em apenas um determinado período do dia, geralmente no final da tarde ou à noite.
É muito raro que a alimentação da mãe possa ser responsável pelas cólicas do bebê, as quais não podem ser confundidas com quadro alérgico à proteína do leite de vaca consumido pela mãe. Nesse caso as características clínicas são identificadas pelo pediatra.

Conduta:
·         Em caso de técnica de amamentação inadequada, corrigir a pega: barriga do bebê voltada para o corpo da mãe; lábios para fora como “peixinho”; a mãe deve ouvir ou perceber a criança deglutindo, e não sugando; a boca do bebê deve pegar o máximo possível da aréola e não apenas o mamilo; e o queixo do bebê deve encostar na mama da mãe.
O esvaziamento por completo da mama é fundamental para garantir que o bebê mantenha intervalos adequados entre as mamadas.
·         É muito comum a oferta de chás e mel quando a criança apresenta cólicas. Dessa forma, o profissional deve investigar se está ocorrendo essa prática. O oferecimento do chá cria um ciclo vicioso, pois provoca aerofagia agravando as cólicas. O uso de chás não é indicado, pois esses ocupam volume no estômago e o bebê suga menos o peito da mãe podendo levar ao desmame e prejudicar o crescimento. O mel pode ser passível de contaminação por esporos de Clostridium botulinum sendo desaconselhado para bebês com menos de 1 ano de idade.
·         Caso, a nutriz consuma EXCESSIVAS quantidades de alimentos como leite, queijo, iogurte, chocolate, café, ovo, chá preto ou mate e refrigerantes, pedir para diminuir a quantidade desses alimentos pelo período em que estiver amamentando.
·         A divulgação generalizada de que alimentos consumidos pela mãe podem “passar” para o leite ou fazer mal para o bebê pode criar insegurança e angústia, fazendo com que as mães tenham mais uma preocupação: com o que vai comer ou deixar de comer.
·         Acariciar o bebê, conversar com ele, colocar música suave pode aliviar a tensão, deixando-o mais calmo.
·         Massagear o abdome do bebê com uma das mãos pode ajudar a eliminar os gases. Orientar quanto aos exercícios das pernas, de forma que não haja riscos de comprometer as articulações.
·         Técnicas de Shantala e o banho de ofurô podem contribuir no alívio.

 Referência Bibliografica:
Saúde da Criança-Nutrição Infantil: Aleitamento Materno e Alimentação Complementar/Ministério da Saúde, Secretaria de Atenção à Saúde, Departamento de Atenção Básica – Brasília 2009.

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